domingo, 10 de agosto de 2014

Nascer em Agosto


Sempre me fez uma certa confusão não sentir grande estima pela altura do ano em que nasci. Mas sempre soube muito conscientemente identificar os porquês dessa falta de empatia com o mês de Agosto – a sua quietude.

Fui sempre muito dependente de sentir movimento à minha volta. Os inícios, os recomeços, as renovações, as mudanças, as pequenas e as grandes coisas a acontecerem. Disto sempre se alimentou o meu espírito. E por isso, os preparativos, os burburinhos, os fazeres e até mesmo as rotinas no seu curso animam-me e entusiasmam desde que me conheço.

Hoje, reparo que a idade têm-me ensinado, lentamente, que saber dosear e intercalar os momentos de colcheias e semifusas com os períodos de mínimas, breves e semibreves é uma aprendizagem que me faz falta. Porque o ritmo lento desta altura é uma necessidade para todos e é também um privilégio quando se pode usufruir e aproveitar.


É assim que o meu presente já vai conseguindo apreciar e valorizar o ritmo do mês de Agosto, o meu mês. Como se finalmente me estivesse a sintonizar com o tempo que me trouxe ao mundo.


E nunca é tarde para introduzir este ensinamento tão bom, esta sabedoria essencial, nas preferências de mim.

[ Créditos Imagem | manhãs perfeitas ]

Sem comentários :

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...