domingo, 27 de setembro de 2015

Manta de retalhos


[... depois ele deu aquela desculpa esfarrapada... eu disse-lhe isso, mas... nessa altura já lhe tinha telefonado... olá, bom-dia!... eu precisava de vender a casa... fiquei um bocadinho triste quando ela me disse aquilo, porque eu já tinha tudo arquitetado na minha cabeça e... tudo bem?... eu estava a pensar que ele podia ter feito uma coisa diferente, tipo... beijinhos lá em casa... eu bem te disse que ía ser assim... e pensas que ele compreendeu o que... adeus, encontramo-nos lá?]



Quando vou correr ou andar um bocadinho no passeio marítimo de Oeiras cruzo-me com muitas pessoas durante o percurso. Há pessoas a correr, a passear, umas vão sozinhas, outras seguem aos pares, há os que ouvem música e há os que aproveitam para telefonar, há pessoas idosas, há grupos de amigos que se juntam para correr num domingo solarengo, há casais apaixonados, há amigas que põem a conversa em dia, há mães que treinam um pouco enquanto empurram o seu bebé no carrinho (sim, eu já vi!), e ainda há os que aproveitam para levar o seu amigo de quatro patas, há miúdos de skate e há os que preferem levar a bicicleta, uns falam da sua vida, outros meditam sobre os seus problemas, outros há que comentam a vida dos amigos ou colegas de trabalho, uns desabafam, outros pedem conselhos... Conforme vou passando por todos gosto de imaginar que os pedaços das conversas que vou ouvindo a cada passo se poderíam juntar e formar uma conversa só. É giro pensar no que daria uma amostra tão eclética de frases curtas num diálogo único que pudesse ter um novo sentido e o mesmo contexto.

Hoje fui correr e foi assim, uma manhã perfeita.

[ Créditos Imagem | manhãs perfeitas ]


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