Gostar de flores

A minha avó materna pertenceu durante poucos anos aos dias da minha vida. Por circunstâncias várias nunca tive um contacto muito próximo nem muito assíduo com ela. Mas tenho dela algumas boas recordações e até algumas lições de vida que ficaram bem presentes na minha memória. Vem isto a propósito do post de hoje.


Quem me segue aqui no blogue já terá reparado que com alguma frequência recorro a imagens de flores, o que denuncia, com verdade, que tenho desde sempre um certo fascínio por elas. Não sei bem explicar as razões desta preferência que para alguns até pode ser vista como algo um pouco piroso. Gostos não se discutem. Mas sucede que eu própria me questiono algumas vezes porque me atraem assim tanto as flores. E é aqui que me vem logo à lembrança a minha avó Emília.

A minha avó sempre gostou de flores. Tinha muito cuidado com elas no seu pequeno quintal e tinha gosto nas suas variedades e cores. A minha mãe parece ter continuado essa herança e esse quase património emocional. Ainda hoje é vê-la com o olhar a brilhar quando mostra ou fala das suas flores. Quando eu andava na faculdade, lembro-me de uma vez apresentar numa aula da disciplina de desenho uns esboços com cor de flores. Mostrei-os assim mesmo ao professor como exercício inacabado, mas onde a cor, usada ela própria para desenhar, enfatizava a intensidade dos tons vermelhos e rosas à medida que definia a forma na folha em branco. Recordo por isso com nitidez como o comentário do professor surgiu perante a escolha, talvez pouco recomendável por ser demasiado óbvia, do tema do desenho: é que "há flores e flores!", dizia ele.

Por tudo isto não espanta que eu seja, com um renovado prazer diário, seguidora desta conta no Instagram. Ora espreitem lá e digam-me se não concordam que é impossível não termos de nos confessar todos, apaixonados por flores.

[ Créditos imagem* | manhãs perfeitas ]

* Desenho de flores que fiz na faculdade

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