quinta-feira, 18 de maio de 2017

Barulho das luzes

|  INSTA_MANHÃS #93  |


Barulho das luzes
//  Largo do Saldanha, LISBOA em FEV 2017 

No dia 19 de fevereiro de 2017, a televisão estava ligada e eu andava por ali entretida nas minhas tarefas. Ia vendo, e ouvindo, sem me distrair do que tinha de ser feito. Quando a canção número sete começou, eu não fazia ideia sequer do que significava aquele apelido comum. Luisa Sobral, a cantora cuja voz com o seu timbre tão característico e diferente eu sempre gostara, apresentava-se ali enquanto compositora e escolhera desafiar o irmão para a interpretar. Aos primeiros acordes parei e deixei-me prender de imediato pela melodia e pela forma expressiva e inusitada de cantar de Salvador Sobral. Quando os meus rapazes chegaram a casa disse-lhes logo que, independentemente do que viesse a acontecer naquele festival, aquela canção era uma música para ficar. Achei, na altura, que estava ali qualquer coisa singular. Ali havia realmente música, assim, com M maiúsculo.


A partir daquele dia fui andando pela net, atenta. Comecei por, fiel àquilo que sentia, gostar desta página. Assisti aos comentários às apreciações, às divagações e ao muito que se foi escrevendo pelo mundo virtual acerca do Salvador, enquanto fui à procura, para ouvir com atenção, de outros trabalhos, de outras músicas dele, tentando perceber por onde tinha andado até agora.

Não me custa absolutamente nada perceber que haja quem não goste do tema "Amar pelos Dois", nem tenho qualquer dificuldade em aceitar que tenha havido pessoas que questionaram a apresentação desta canção para representar Portugal na Eurovisão. No primeiro caso porque o gosto é livre, pessoal e individual e no segundo caso, porque admito que possa ser um critério, embora não fosse o meu.

Salvador Sobral também não me pareceu preocupado com o sucesso nem com a vitória. O seu compromisso era com os seus próprios valores musicais, com o que a música é, com o que significa e como ela pode ser sentida por quem canta e por quem ouve. "Amar pelos Dois" surge assim no palco da Eurovisão, em Kiev, usando toda a enorme riqueza dos seus próprios recursos: a inspirada e inspiradora melodia da Luisa, os arranjos de Luís Figueiredo e a interpretação genuína e a voz sublime de Salvador Sobral! Sem mais nada. Ali não houve, em momento algum, espaço nem tempo para o barulho das luzes. E sem ruído visual, ficou o essencial, em toda a sua expressão e beleza!

Hoje, como naquele dia de fevereiro, continuo a pensar que esta música há de ficar. Aqui fica também, sem qualquer barulho de luzes.

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[ Créditos imagem | Instagram @susana_dionisio ]


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